domingo, 16 de setembro de 2012

Acidente com Césio-137 em Goiânia completa 25 anos



Nesta última quinta-feira (13.09), o maior acidente com material radioativo ocorrido no Brasil completou 25 anos. E mesmo depois de tanto tempo, muitas pessoas ainda sofrem com os efeitos devastadores do que ficou conhecido como “brilho da morte”.  Dados coletados do Centro de Assistência aos Radioacidentados informam que existem 1.015 cadastros de pessoas que tiveram algum tipo de contato com a radiação.
Pra quem não conhece o passado trágico, a história é a seguinte:
Numa manhã de 13 de Setembro de 1987, três catadores de materiais recicláveis, retiraram do antigo Instituto Goiano de Radiologia (desativado e abandonado) um aparelho radiológico contendo uma cápsula de chumbo com cerca de 20g de Cloreto de Césio-137 (CsCl). A cápsula era uma fonte radiativa, utilizada no tratamento contra o câncer na antiga clínica. Não havendo contato direto do paciente com o material radioativo, apenas feixes de radiação milimetricamente direcionados à área com células cancerígenas.
Porém, a cápsula foi violada e as pessoas tiveram contato direto com o material radioativo, atraídas pelo brilho azul, característico do césio-137. Sendo assim expostas a intensidade máxima de radiação, sem controle e por tempo prolongado.
Materiais radioativos emitem radiações ionizantes, feixes de partículas ou de ondas eletromagnéticas capazes de atravessar materiais sólidos, afetando durante o trajeto suas estruturas atômicas. Tais efeitos podem provocar lesões nas células e tecidos vivos, causando uma série de efeitos nocivos.
O césio-137 é um radioisótopo do césio. Descoberto em 1860, por Kirchhoff e Bunsen, o elemento químico césio tem número atômico 55 e seus isótopos mais relevantes são o 133 e o radioativo 137. Assim, o césio-137 é um radioisótopo do césio que tem em seu núcleo 55 prótons e 82 nêutrons. Devido a grande quantidade de nêutrons em relação aos prótons, o núcleo se torna instável e emite radiações.
Sua meia-vida, o tempo necessário para que sua atividade radiativa caia pela metade, é de trinta anos e, conforme se desintegra pela emissão radiativa, forma o Bário-137.

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